sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Rio quase 40 graus

Rio 40 graus! Ou 20. Ou 18, à sombra. 26 ao sol, isso se não houver vento. Enfim, está difícil saber como sair de casa. Frio pela manhã: casaco, echarpe. Calor ao meio-dia: regata, pé sem meia. Para quem anda de ônibus, a solução é mesmo carregar a mala nas costas pelo centro da cidade. Sentado se der sorte, mas geralmente, vai de pé, mesmo. Tentando ler alguma coisa se não for arremessado pela janela enquanto o motorista sacode nas curvas da Niemeyer. E salve-se quem puder.
Mas Rio é o Rio, e é sempre bom, sempre fantástico. Tem sempre algo de novo, algo de velho, algo de inusitado e algo de mais familiar que a sua própria casa. E é belo. Desta vez belo é o teatro municipal reformadinho, brilhando, dourando (até demais). O telhado verde, os detalhes coloridos e o sol pintalgado ao longo. Belos são os vestidinhos nas vitrines, e o chão da Colombo. Novo é o tiroteio na Barra, que eu quase presenciei hoje. Velhas são as calçadas do centro. Inusitado é uma brasileira no ônibus falando em italiano no celular sobre as eleições brasileiras durante quase meia hora. E mais familiar do que minha própria casa é o carioquês.
Cinco dias de ônibus, e os pés doem. Mas a liberdade flui. Devo ousar confessar que andar de ônibus no Rio à noite é uma delícia. O trânsito só alonga a leitura do que estiver na bolsa, e a convivência com essa infinidade de gente que vive a cidade todos os dias. E existe sempre a possibilidade de se saltar no caminho para pegar um cineminha.
Amanhã tem Petrópolis; posso esperar boas coisas?